Meditar é mais simples do que parece. Mas, muitos mitos impedem que algumas pessoas estabeleçam uma prática regular. Há quem acredite que meditar é igual a parar os pensamentos, acalmar a mente, se sentir relaxado, ou entrar em transe. Não é nada disso. Indiretamente, pode ser que você alcance um estado mais calmo, tranquilo e feliz. Mas não é o objetivo da prática. O objetivo é, somente, estar presente. Ser. Aqui e agora. Mais nada. Para exercitar isso, você pode escolher alguma âncora, que te ajude a estabilizar a atenção nesse instante, como a respiração, o corpo, os sons, ou os pensamentos. Qualquer coisa que aconteça no presente pode servir como objeto de investigação. Daí pra frente, o processo é o seguinte:
Você escolhe um foco, interno ou externo, e direciona a atenção para lá.
Com atitude gentil e curiosa, você nota as sensações, os movimentos, as variações, a inconstância – e o que mais conseguir perceber ou sentir.
Em certo momento, a mente vai se distrair com alguma história, projeto, ou pendência, e vai viajar para algum ponto no passado ou futuro.
Depois de algum tempo, você percebe essa distração. Opa! Bem-vindo, você já está de volta ao momento presente.
O próximo passo é redirecionar a atenção ao foco inicial. E começar tudo de novo. Quantas vezes forem necessárias.
Faça isso pelo tempo que conseguir. Se um minuto for o seu limite pra hoje, ótimo. Se amanhã tiver um pouco mais de tempo, melhor ainda. Vá incorporando essa prática ao seu dia a dia, e quando se der conta, estará fazendo muitas outras coisas com atenção. Afinal, a meditação é uma preparação para a vida real. Quanto mais vezes você for capaz de trazer a atenção de volta para o presente, mais fácil vai ser fazer isso numa situação rotineira. Com a prática, você vai se perceber menos reativo, irritado, deprimido e os efeitos vão aparecer nos seus relacionamentos, no trabalho, na saúde, no bem-estar e nos cuidados com você mesmo. Não é mágica. É prática. E vale à pena.