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#mindfulnesstododia D49


O que você vê nessa foto: eu e o meu irmão, chegando numa festa de despedida surpresa, organizada pela minha família, dias antes de eu mudar pra Londres. O que você não vê nessa foto: que eu não queria organizar despedida nenhuma, porque tinha tanto medo de tudo dar errado, que não queria que ninguém soubesse o que eu estava prestes a fazer. Foram (só!) 11 meses desde o burn out até a mudança de país. Foi um período mágico, cheio de sincronicidade, “sorte”, “coincidências”. Houve, sim, sofrimento, medo e angústia. Mas, foram tantos encontros, tanto amor, tanta troca, tanto aprendizado, que acho que posso dizer que vivi uns 10 anos em 1. Nesse curto espaço de tempo, mergulhei tão profundamente em cada experiência, que num piscar de olhos eu estava me desfazendo do apartamento onde morava, tinha sido aceita num curso na Universidade de Oxford (!), saí do emprego e virei estudante (de Mindfulness!) em Londres. Foi um processo intenso perceber que aquele passo não era definitivo, que eu não devia nada pra ninguém, que a única pessoa que precisava decidir se aquela experiência valeria à pena ou não era EU mesma. Além disso, se tudo desse “errado”, eu podia fazer as malas no dia seguinte e voltar pra vida de “antes” – ou pra qualquer outra que eu escolhesse. Eu pensava: e se eu voltar a ter crises de pânico, ou não fizer amigos, ou não me sentir acolhida, não encontrar um lugar decente pra morar? Felizmente, todas essas possibilidades, que me assustavam tanto, ficaram só no mundo das ideias. No mundo real, eu conheci pessoas maravilhosas assim que cheguei, me adaptei rapidamente, morei numa casa linda, que tinha até jardim e cachorro. Eu tinha aula poucas vezes por semana e me lembro de as pessoas me perguntarem "o que eu fazia com tanto tempo livre". No começo, eu respondia que estava estudando, explorando, dizia que eu praticava Yoga, meditava, cozinhava, caminhava no parque, brincava com o cachorro, conversava com desconhecidos, assistia filmes, ouvia música, tomava chá, café, comia bolo, tomava sol, chuva... repeti isso tantas vezes, que um dia me dei conta que podia dar uma resposta bem mais simples: eu estava, finalmente, VIVENDO.

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