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#mindfulnesstododia D47


O que você vê nessa foto: eu, um sorriso amarelo, no carro, a caminho do escritório. O que você não vê nessa foto: que era o meu primeiro dia de trabalho, depois de 10 dias de licença médica. Quando recebi a notícia de que teria que ficar afastada por 10 dias, pra cuidar da saúde, quase tive outro piripaque. Fui logo dizendo pro amado Dr Alberto que eu não tinha tempo pra ficar doente, que tinha prazos pra cumprir, clientes pra ver, projetos pra entregar. Ele me respondeu: aqui não falamos em deadline, cada indivíduo é único e o seu corpo vai decidir quanto tempo precisa para se recuperar. Ele tinha razão. E ali começou um interessante processo de descoberta. A primeira coisa que descobri foi que eu não era insubstituível. As pessoas incríveis que trabalhavam comigo na época, tomaram conta de tudo e o mundo seguiu, perfeitamente, enquanto eu me recolhia. A segunda foi que eu era intensa demais, com tudo. O Dr Alberto, sábio, me disse: não transforme o seu tratamento em mais um projeto pra fazer com perfeição. Ele estava certo, outra vez. E eu entendi que precisava desacelerar. A terceira – e talvez mais assustadora – descoberta foi que eu era a única responsável pelo que tinha acontecido. A minha inabilidade de identificar que estava ultrapassando o limite e a falta de coragem pra pedir ajuda, combinadas com fatores que não cabem nesse post, me levaram até ali. O fato é que não era culpa do mundo corporativo, da empresa, do meu chefe, do RH, dos meus pares, dos clientes. Ninguém me pedia pra trabalhar além do horário. E mesmo que pedissem, eu poderia ter estabelecido claramente até onde eu podia e conseguia ir. Eu não soube e não pude fazer isso. A minha autoestima e o meu valor pessoal estavam diretamente associados à MINHA percepção do que era ser bem-sucedida e reconhecida. Quando me dei conta disso, percebi que podia encontrar equilíbrio, plenitude e satisfação em qualquer lugar, desde que eu mesma não me abandonasse nunca mais. Eu podia, sim, ter sucesso e ser apaixonada pela carreira e pelo trabalho, mas com a minha essência (e não o meu ego) no comando. Foi aí, quando percebi que não precisava mudar nada, que me dei permissão pra mudar tudo.

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