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#mindfulnesstododia D46


O que você vê nessa foto: eu, mergulhando com as tartarugas, enquanto me hospedava em um hotel 5 estrelas no Havaí, quando ganhei um prêmio da empresa que trabalhava. O que vc não vê nessa foto: que eu tinha sido diagnosticada com síndrome do pânico poucos meses antes, estava tomando antidepressivos, tinha insônia, não conseguia ficar sozinha nem 1 minuto, estava quase esmagando os dedos do meu irmão e tive uma crise de ansiedade assim que coloquei os pés no barco. Não muito antes de isso acontecer comigo, eu achava que depressão, ansiedade, crise de estresse, síndrome do pânico eram coisas de gente fraca e sem força de vontade. Como eu era jovem, saudável, cheia de energia, bem-sucedida, meditava, era vegetariana, não bebia, era adepta da homeopatia e tratamentos alternativos, achava que estava imune a esse tipo de “desequilíbrio”. Mesmo quando comecei a não dormir bem à noite, perdi peso, fiquei cheia de espinhas e alergia pelo corpo, sentia os braços e as pernas formigando toda hora, tinha tontura, fraqueza, zumbido no ouvido e chorava por qualquer coisa, achava que era só uma fase desafiadora e que logo tudo voltaria ao “normal”. Como se fosse normal responder e-mails desde a hora que acordava, até a hora que ia dormir, não ter tempo pra família, deixar de sair com os amigos, passar o final de semana jogada no sofá, almoçar fast food na mesa do escritório todos os dias, não fazer exercícios, abrir mão da vida social. Eu estava tão desconectada de mim mesma, que não conseguia perceber o que estava acontecendo. Até que o corpo parou. Pane geral. Nunca senti tanto medo na vida. Medo de morrer, de parar de respirar, de enlouquecer, de nunca mais ser “quem eu era”. Medo de dirigir, de ficar perto da janela, de o fogão explodir, de usar facas, de ir a lugares com muita gente. Medo de ser demitida, de não ser mais admirada, de ser incapaz, triste, sozinha. Eram tantos medos! Mas nenhum deles era mais assustador do que perceber que eu tinha perdido o controle. O que eu não podia imaginar é que atrás de toda aquela dor e sofrimento estava o convite mais especial que a vida já tinha me feito: o de começar tudo outra vez. E então, eu renasci.

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